Inadimplentes do ABC estão devendo há 25 meses, em média

A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. Os dados, referentes a março de 2023, mostram que o tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região é igual a 25,4 meses, sendo que 32,82% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.

O estudo evidencia que o número de inadimplentes residentes no Grande ABC cresceu 11,85% em março de 2023, em relação a março de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (7,04%) e acima da média nacional (8,32%). Na passagem de fevereiro para março, o número de devedores na região cresceu 0,91%. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 1,10%.

Em março de 2023, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.194,11 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 25,05% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,38% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O número de devedores com participação mais expressiva em março foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,95%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,51% mulheres e 49,49% homens.

No mesmo período, o número de dívidas em atraso de residentes nas sete cidades cresceu 24,29%, em relação a março de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (18,31%) e acima da média nacional (19,18%). Na passagem de fevereiro para março, o número de dívidas da região cresceu 1,77%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 1,91%.

O estudo também aponta que cada morador inadimplente tinha em média 2,065 dívidas em atraso. O número ficou abaixo da média da região Sudeste (2,078 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,052 dívidas para cada pessoa inadimplente). O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em março foi Bancos, com 76,32% do total de dívidas.

Para Alexandre Damásio, presidente da CDL São Caetano do Sul, a importância do monitoramento está na possibilidade de encontrar soluções antes que a inadimplência seja irreversível. “A manutenção das dívidas por um longo período demonstra a dificuldade econômica da população e a ausência de um pacto regional a favor da educação financeira. Precisamos aproveitar para ensinar como administrar o dinheiro enquanto ainda há dinheiro na praça”, explica Damásio.

O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, aposta na discussão do assunto para pautar os agentes públicos. “O debate da inadimplência, que vem sendo realizado pelo CDL e apoiado pela Agência, é de grande importância para que possamos pautar e levar ao conhecimento dos atores regionais, estaduais e federais, somente assim vamos emplacar mecanismos para auxiliar os moradores a pagarem suas dívidas e retornem ao consumo”, comenta Silva.

25 de abril de 2023