Por Gabriel Arcon*

Nas últimas décadas, as grandes cidades têm enfrentado desafios significativos no transporte urbano – como congestionamentos, poluição do ar e problemas de mobilidade, que têm se tornado cada vez mais comuns. Em resposta a essas questões, surge uma revolução ainda silenciosa, mas poderosa: a micromobilidade. As bicicletas elétricas, ou e-bikes, têm ganhado destaque como alternativa viável e sustentável para a locomoção.

Segundo a Associação de Brasileira do Setor de Bikes (Aliança Bike), o mercado de bicicletas elétricas alcançou mais de 44,8 mil unidades vendidas em 2022, alta de 9,64% em comparação com 2021. Conforme a Aliança Bike, o volume das vendas no ano passado foi de R$ 304,9 milhões. As projeções para 2023 são de crescimento seguem positivas, com estimativa de 53,4 mil veículos vendidos, aumento de 27%.

A mudança na arquitetura urbana das grandes cidades com a presença das e-bikes ficou mais perceptível. E infraestruturas de transporte estão sendo ajustadas para acomodar essa nova forma de mobilidade, um exemplo disso são ciclovias que estão sendo expandidas e redesenhadas para atender às necessidades das e-bikes, garantindo segurança dos ciclistas e encorajando o uso desses veículos, de acordo com Prefeitura de São Paulo serão 1.000 km de extensão da rede até o final de 2024.


Além disso, as bicicletas elétricas contribuem para reduzir o volume de estacionamentos para carros e motos, ampliando diversos outros espaços nas cidades. Essa transformação na paisagem urbana fica mais harmoniosa e atrativa para a população, bem como também reduz o congestionamento e, consequentemente, a poluição atmosférica, tornando as ruas mais sustentáveis e agradáveis de circular.

Impacto na vida das pessoas

A crescente aquisição das e-bikes vem transformando a maneira como as pessoas se locomovem no dia a dia, pois oferecem uma opção de transporte ágil, eficiente e ecologicamente responsável. Com a ajuda da assistência elétrica, as e-bikes se tornam acessíveis e atrativas, mesmo para aqueles que não são entusiastas do ciclismo, já estão optando por deixar seus carros em casa e escolher a bicicleta elétrica como meio de transporte para o trabalho, a escola ou atividades de lazer. 

O impacto dessa mudança no dia a dia das pessoas é profundo. As bicicletas elétricas oferecem uma locomoção ágil e eficiente por grandes cidades como São Paulo – onde há predominância de planaltos, trazendo, ainda, economia de tempo e dinheiro. Além disso, esses veículos eletrificados estimulam um estilo de vida mais ativo, promovendo saúde e bem-estar para as pessoas. 

A revolução da micromobilidade não condiz apenas na transformação visual das cidades ou na mudança de comportamento das pessoas, mas também tem um impacto social positivo e de grande relevância. As bikes elétricas possuem potencial de democratizar o transporte, tornando-o acessível para um público mais amplo, incluindo aqueles que não podem dirigir ou não possuem automóveis. 

Além disso, as e-bikes podem contribuir para reduzir a desigualdade no acesso ao transporte público. Em vários municípios, especialmente em áreas menos privilegiadas, o sistema de locomoção pública é considerado insuficiente ou inadequado. E as e-bikes surgem como uma alternativa eficiente, permitindo que as pessoas se desloquem de maneira prática, independentemente de onde moram. 

Concluindo, as bicicletas elétricas desempenham um papel crucial na revolução da micro mobilidade, visando a transformação do transporte nas grandes cidades. Seu impacto na arquitetura urbana, no cotidiano das pessoas e na sociedade como um todo é visível e benéfico. À medida que as cidades continuam a se adaptar e a investir em infraestruturas para bicicletas elétricas, podemos esperar que essa tendência se fortaleça, e que as cidades se tornem mais sustentáveis, acessíveis e habitáveis para todos os seus habitantes. A revolução da mobilidade urbana está apenas começando, e as e-bikes estão liderando essa ‘virada de chave’.

*Gabriel Arcon é CEO e Co-Founder da E-Moving Mobilidade Urbana

23 de outubro de 2023