Santo André foi a cidade escolhida para estabelecer o negócio há mais de cinco décadas. O Hotel Flor da ABC, na Rua Catequese, 79, é um dos estabelecimentos mais antigos do setor hoteleiro na Região, e que está dentro da base de atuação do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC).
“Vamos completar 81 anos de fundação do Sindicato neste ano e, desde então, faz parte dos nossos registros hospedarias e bares, o que já indicava a importância desta atividade, que cresceu e se fortaleceu, se tornou um segmento representativo, reconhecido e atraiu inúmeros investimentos”, conta Beto Moreira, presidente do Sehal.
O estabelecimento é associado do Sindicato há mais de 20 anos. De acordo com o Departamento Jurídico, defesas e acompanhamento de ações foram realizadas ao longo do tempo com a assessoria especializada. “Entre os diversos trabalhos, oferecemos apoio e consultoria para uma modernização e prevenção de processos jurídicos, conforme a demanda da empresa, a fim de aprimorar controle interno”, explica a advogada do Sehal, Dra. Denize Tonelotto.
História – Em 1972, o Flor do ABC se instalou próximo da Estação de Trem de Santo André, tendo como atividade hospedaria, só passando a hotel anos mais tarde. Na época, a antiga estação tinha apenas a porteira para a travessia a pé da linha férrea da São Paulo Railway, criada no século 19. E não existia ainda o atual viaduto Adib Chammas, que transpõe a Avenida dos Estados e o Rio Tamanduateí, inaugurado em 1992.
Quem lembra a história é o proprietário do estabelecimento, Manoel Cardoso Figueiredo, 78 anos, que durante anos tocou a administração em sociedade. “Na época não tinha nada por aqui e nem nas outras cidades. Só me lembro do Pampas (Pampas Palace, em São Bernardo). Então, vimos a necessidade de se estabelecer aqui, onde estamos até hoje”, comenta.
Agora, ele reconhece que está mais afastado da administração, atualmente a cargo da sua filha Luciana dos Santos Figueiredo e de José de Castro Júnior, filho do então sócio, já falecido.
O empresário, de nacionalidade portuguesa, lembra de ter chegado ao Brasil ainda criança, com cerca de oito anos de idade, com a família que se instalou em São Paulo. Na juventude, trabalhou em restaurantes, lava rápido, além de demais experiências.
“Tivemos vários negócios até vir para o ABC e escolhi Santo André. E aqui fiquei…”, lembra Figueiredo.
Futuro – Segundo ele, foi em Santo André que enxergou a possibilidade de investimento, depois de ter passado por São Paulo e outros lugares. Atualmente, o hotel tem 26 apartamentos e 14 funcionários.
O segredo de se manter no ramo hoteleiro, conforme conta o empresário, está no atendimento personalizado. E, claro, na visão empreendedora, entre outras considerações.
“Primeiro, foi essencial a sociedade com quem tive excelente relacionamento durante anos. Sempre permaneci à frente da gestão, não tinha horário de trabalho, ficava no hotel até 2h da madrugada, administrei tudo em conjunto com o sócio. Lutamos juntos! Mas, principalmente e, acima de tudo, o foco no atendimento é essencial para o sucesso da casa. Tenho funcionários antigos, até com 15 anos de casa”, reforça.
Atender bem é critério essencial para fidelizar e atrair o cliente, na opinião de Figueiredo. “Tem cliente que frequenta aqui há 20 anos. Ele chega e tem a liberdade de escolher o apartamento, sabe o que quer e como funciona. A gente cria quase uma relação de amizade. E nesse caso, manter o funcionário é muito importante porque ele sabe atender, não adianta ficar trocando. Não resolve”, finalizou.