Consumidor está pagando mais e levando menos itens do vaerejo alimentício

Brasileiro está comprando menos, com queda de cerca de 8% na cesta de consumo, enquanto seu ticket médio aumentou 4% na comparação dos mesmos períodos

Se ano passado o brasileiro adquiria 19 produtos por compra, agora este dado mudou e ele passa a levar para casa somente 17 no mesmo período de 2022, sendo assim, uma queda de 8%. A causa desse fato é o aumento do preço médio por produto, que fez o consumidor pagar 13% a mais nos itens, na mesma comparação entre períodos. Quem apresenta esses dados é a Dotz, empresa de tecnologia que também desenvolve análise de dados de consumo, constatou, com base nos dados de suas parcerias de varejo alimentar, uma diminuição no número de itens por cesta de compra.

CEO da empresa, Roberto Chade, compartilha que o estudo os ajudou a observar melhor as diferenças no perfil do cliente. “Com essa pesquisa da  Radar Dotz, pudemos observar que o consumidor está gastando mais dinheiro, mas levando menos produtos para casa. O ticket médio cresceu 4%, chegando a um gasto de aproximadamente R$130 por compra, em razão do aumento de preços, decorrente de inflação e outros efeitos”, conta.

Isso mostra que a alta de preços impactou diretamente no comportamento de compra e consumo dos clientes, que, mesmo reduzindo o tamanho da cesta, substituindo categorias, produtos e marcas, tiveram um aumento na despesa com o abastecimento dos lares. O reflexo dessa mudança é um crescimento do faturamento do setor em torno de 7%, inferior à inflação do período e puxado exclusivamente pela alta de preços. Por isso, o setor não teve crescimento real.

Categorias com grandes variações

O Radar Dotz, plataforma que potencializa a grande abrangência que a Dotz tem do consumo no Brasil, analisou as 20 categorias mais relevantes na cesta do consumidor e destacou 6 itens que apresentaram grandes variações na comparação com o ano anterior. Tanto a carne quanto o frango apresentaram acréscimo de aproximadamente 18% no seu preço médio, mas foi possível notar que o consumidor está levando menos carne para casa, mas continua comprando a mesma quantidade de itens por cesta de frango, por ser mais barato, custando em média R$ 14,00, enquanto a carne chega a R$ 38,00.

Café e açúcar apresentaram aumento de preço, no entanto, não tiveram uma grande queda na quantidade adquirida, por se tratarem de itens básicos na cesta do brasileiro, com diminuição de 6% e 7%, respectivamente. No caso do óleo de cozinha, mesmo que o preço tenha aumentado 17%, os brasileiros consumiram mais o produto neste ano, apresentando um acréscimo na cesta de 4%.

Já o iogurte, por sua vez, subiu 32% no seu preço médio e, consequentemente, apresentou a maior redução na quantidade de itens por cesta das categorias analisadas, por se tratar de um produto não essencial. “Ou seja, com as mercadorias mais caras, o brasileiro tem prezado pela proteína com preço menor e optado pelo essencial na hora de escolher o que comprar, para não aumentar, ainda mais, os gastos com alimentação”, observa o CEO.

21 de fevereiro de 2022