O chocolate é um doce apreciado por um enorme número de pessoas, sendo bastante popular entre as crianças, inclusive. Mas como tudo na vida, o ideal é ter um consumo consciente desse alimento para evitar os efeitos indesejáveis consequentes ao seu consumo exagerado.
Conforme explica a pediatra e nutróloga Rosana Tumas, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o desenvolvimento da obesidade infantil é a maior preocupação nas crianças que consomem chocolate de maneira exagerada. “Deve-se ter em mente que o grande problema é a quantidade de açúcar presente nos chocolates e não o cacau em si, que, ao contrário do açúcar, pode proporcionar benefícios à saúde. Lembrar que quanto mais amargo for o chocolate, será considerado mais benéfico”, aponta a médica, ressaltando que aqueles produtos que contêm menor teor de açúcar sempre serão mais saudáveis.

Ela esclarece que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda fortemente a redução, tanto em adultos como em crianças, da ingestão de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de energia, e que até os dois anos não seja usado nenhum açúcar, exceto aqueles naturais das frutas. “Outra informação importante é não consumir os chocolates produzidos para diabéticos, chamados diet, por serem isentos de açúcar. Apesar dessa aparente vantagem, costumam conter maior teor de gorduras e muitas vezes são até mais calóricos do que os chocolates feitos com açúcar. Isso sem levar em conta o consumo inadvertido de adoçantes artificiais em substituição ao açúcar, que não é recomendado para crianças”, alerta a nutróloga.
A atual recomendação universal, segundo a especialista, é para se evitar ao máximo os alimentos industrializados e ultraprocessados – os chocolates mais populares encontrados nas prateleiras dos supermercados e outros estabelecimentos, de preço acessível à população em geral, encontram-se nessa categoria de alimentos. “Esses produtos costumam ser elaborados com ingredientes pouco saudáveis, como a gordura vegetal hidrogenada, por exemplo. Então, podemos dizer que quanto menos processado o chocolate e mais artesanal for a sua produção – encarecendo significativamente o produto – menor será o risco relacionado ao seu consumo”, afirma.
Com relação à idade para a introdução do chocolate na alimentação das crianças, a pediatra esclarece que o cuidado deve ser o mesmo que se recomenda para o açúcar, uma vez que esse é o real vilão da história. E na hora de definir a quantidade que pode ser consumida pelas crianças, vale a regra do bom senso: “Sempre pequenas porções e não transformar o consumo do chocolate numa rotina alimentar”, conclui Rosana.