Crédito do Desenvolve SP para micros e pequenas empresas aumenta 130% na pandemia

Levantamento mostra que o crédito para os pequenos negócios representa quase a metade dos desembolsos da agência de fomento paulista

Pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que as micros e pequenas empresas (MPEs) precisaram se adaptar para manter a saúde financeira dos seus negócios na pandemia. Uma das alternativas foi buscar linhas de crédito para dar fôlego ao caixa e manter as portas abertas. No Desenvolve SP, o crédito para micros e pequenas empresas cresceu 130% desde o início da pandemia. Entre março de 2020 a junho deste ano, foram financiados R$ 863,8 milhões a MPEs. No período anterior à crise sanitária (2017 a 2019), os empréstimos da instituição financeira para o segmento somaram R$ 373,9 milhões. As linhas de crédito do banco paulista são uma alternativa ao Pronampe, cuja nova fase entrou em vigor nesta semana.

O crédito para os pequenos negócios representa quase a metade dos R$ 2,048 bilhões desembolsados pela agência de fomento paulista na pandemia. Para o presidente do Desenvolve SP, Sergio Gusmão Suchodolski, as micro e pequenas empresas são um setor fundamental da economia e precisam de auxílio para superar a instabilidade causada pela crise sanitária.

“As micros e pequenas empresas geram milhões de empregos e contribuem exponencialmente para o desenvolvimento do país. As linhas de crédito com condições especiais, juros reduzidos e longo prazo de pagamento são, muitas vezes, o último recurso para evitar a falência dos pequenos negócios”, disse.

Os dados corroboram essa afirmação. A maioria absoluta dos financiamentos para micros e pequenas empresas foi destinado para capital de giro, totalizando R$ 623,6 milhões, equivalente a mais de 70% do total. Ou seja, os recursos tiveram como principal finalidade garantir liquidez para que o empreendedor tenha condições financeiras de arcar com seus custos operacionais e manter o negócio em funcionamento, resguardando emprego e renda para milhares de trabalhadores e evitando um colapso ainda maior da economia.

É o caso do empresário Orlando Boari, proprietário de uma loja de bonés, roupas e acessórios em Santo André, no ABC Paulista. O comerciante contratou uma linha de crédito para capital de giro no auge da pandemia. Segundo ele, os recursos foram fundamentais para manter o quadro de funcionários e conseguir quitar as despesas gerais da empresa.

“Esse capital nos ajudou muito a superar toda a pandemia. Os recursos nos possibilitaram manter nossos planos e a equipe sem nenhuma demissão. Sem dúvida nenhuma foi um alicerce fundamental para continuar o nosso crescimento”, explicou Boari.

O empresário contratou a linha Crédito Digital — Giro Micro e Pequena, destinado a micro e pequenas empresas com faturamento anual de R$ 81 mil até R$ 4,8 milhões. O financiamento conta com carência de 12 meses, 60 meses para pagamento e taxas a partir de 0,80% ao mês acrescidos da Selic. “As taxas foram muito adequadas para o período”, acrescentou o empresário.

29 de julho de 2022