Há mais de 145 anos chegavam na região que hoje nós conhecemos como a cidade de São Caetano do Sul algumas famílias de italianos da província de Treviso. O ano era 1877 e os imigrantes se instalaram na até então Fazenda de São Caetano do Tijucuçu, região de mata e praticamente inabitada.
Os imigrantes, então, passaram a se dedicar às atividades agrícolas e à produção de produtos oriundos da argila, farta no território. O vilarejo formado na fazenda foi se desenvolvendo rapidamente, assim como as áreas que a cercavam, especialmente nas margens do rio Tamanduateí.
O resto da história é conhecida: a fazenda cresceu tanto que passou a ser considerada um distrito de Santo André e em 1948 obteve a autonomia político-administrativa. O ato formalizou a criação do município de São Caetano do Sul, cidade que hoje abriga mais de 160 mil habitantes e possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País.
Certamente as famílias italianas que se instalaram na Fazenda São Caetano não imaginavam ter papel tão importante para o desenvolvimento de uma cidade relevante da maior região metropolitana da América Latina.
Entretanto, para os descendentes dos imigrantes de Treviso hoje é fácil notar que as contribuições de seus antepassados foram fundamentais para a história que conhecemos.
Uma das famílias que estavam no primeiro grupo de imigrantes que chegaram na fazenda era a de Giovanni Moretti. Estima-se que existam por volta de 125 descendentes da família vivos, com boa parte deles (aproximadamente 80 pessoas) que ainda residem em São Caetano.
A mesma cidade que há quase 150 anos foi fundada com a ajuda dos imigrantes receberá amanhã (20) uma confraternização em buffet do município cujo objetivo é reunir os descendentes da família Moretti, conforme explica José Carlos Peçanha, que pertence a quarta geração de descendentes dos fundadores.
Ao lado de seis primos e um irmão, Peçanha faz mais parte da geração mais antiga ainda viva. Hoje, no entanto, a família já cresceu um bocado e atingiu a 8ª geração de descendentes. “O motivo da confraternização é agregar os descendentes que ainda estão vivos”, explica Peçanha, que espera reunir mais de 80 familiares no evento de amanhã.
A atual Administração da cidade não possui nenhum vínculo com os descendentes, nem mesmo por intermédio da Fundação Pró-Memória, órgão do Executivo responsável pela preservação e memória de São Caetano do Sul.