Especial de Carnaval: Sesc Santo André e São Caetano estreiam o documentário “No ABC do Samba”

A websérie é resultado de pesquisa e ação conjunta das unidades, com o objetivo de registrar a trajetória desse gênero musical pela região do ABC Paulista. O lançamento será no dia 25 de fevereiro na plataforma do Sesc Digital.

No dia 25 de fevereiro, às 19h, as unidades do Sesc Santo André e São Caetano lançam o documentário “No ABC do Samba”. Com quatro 4 episódios, cada um com 15 minutos de duração, a produção busca registrar, por meio de depoimentos de personagens representativos das escolas de samba locais, a contribuição artística, cultural e social que as agremiações carnavalescas proporcionam para a manutenção da memória do gênero, fundamentando as relações das comunidades com a ancestralidade africana. O recorte é voltado para o protagonismo negro na construção e evolução das cidades e pretende que as novas gerações conheçam e se identifiquem com essas histórias. O lançamento será pela plataforma do Sesc Digital.

 A RAIZ DO SAMBA NO ABC

 O grande potencial de criação de empregos, impulsionado pelo constante desenvolvimento no setor industrial, trouxe para o ABC, desde a década de 1950, milhares de pessoas vindas de todos os cantos do país, que ajudaram a incorporar novas características à região. Dentre essas tantas pessoas, vieram pra cá nomes importantes, que contribuíram para lançar as sementes e criar a história do samba ao redor de Santo André e São Caetano.

 As escolas de samba começaram a se organizar na região no fim da década de 1970. Apesar do embrião carnavalesco nas cidades ter sido fomentado bem antes, foi nesse período que o carnaval passou a ter uma organização mais robusta. Escolas como a tradicional Ocara, já figuravam no carnaval de Santo André desde o fim da década de 1960, tendo realizado seu primeiro desfile, ainda como bloco, em 1957. Outra agremiação muito importante do município é a Escola de Samba Palmares. Fundada em 1977, com o objetivo de preservação das raízes africanas, surgiu por intermédio do pernambucano e filho de sanfoneiro Luiz Gonzaga Alves, o Marinheiro, que chegou em São Caetano no ano de 1952.  O ano de 1958 marcou o desfile da primeira escola de samba da cidade, no bairro Vila Gerty.

 Apesar de haver alguns raríssimos registros do carnaval de São Caetano, desde a década de 1950, o desfile das escolas de samba só ganhou status de grande evento na cidade nos anos 2000, a partir do surgimento de escolas como a tetracampeã Tradição da Ponte e a Imperatriz do Bairro Nova Gerty, que foi fundada por uma mulher são-caetanense, Rose Calixto, uma das primeiras intérpretes do

carnaval do ABC.

 Os episódios são dedicados às cidades de Santo André e São Caetano, tendo como pesquisadores o músico e instrumentista Yvison Pessoa, presidente do Instituto Cultural de Tradição e Memória do Samba de São Mateus, e grande conhecedor da história do samba, e Jair Netto, professor e produtor que assina também a concepção artística do projeto.

22 de fevereiro de 2022