Indústria têxtil e de confecção fatura R$194 bilhões em 2021

Setor cresce em 2021 em meio às pressões derivadas da pandemia e do forte aumento de custos. Previsão para 2022 é de uma expansão de 1,2%.

A indústria têxtil e de confecção teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões em 2021. Valor apresenta um crescimento de 20% em relação aos R$ 161 bilhões do ano anterior. Ainda na comparação com 2020, a produção dos têxteis (insumos) aumentou 12,1% e das confecções, 15,1%. O varejo de roupas cresceu 16,9%. Porém, essa expansão não foi suficiente para voltarmos aos números de 2019, o último ano antes do advento da pandemia.

O setor apresentou saldo positivo de 74 mil postos formais de trabalho no acumulado de 12 meses até novembro de 2021, tomando por base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No comércio exterior, as importações, de US$ 5,16 bilhões, cresceram 26,3% e as exportações, de pouco mais de US$ 1 bilhão, aumentaram 17,5%, em relação a 2020. O saldo da balança comercial setorial ficou negativo em US$ 4,10 bilhões.

Mesmo com a permanência da pandemia, setor teve crescimento se comparado com ano de 2020. | Foto: Freepik

As projeções, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), indicam crescimento setorial de 1,2% em 2022. As informações foram transmitidas pelo presidente da entidade, Fernando Valente Pimentel. Ele contextualiza  o desempenho setorial desde o terceiro trimestre de 2020, em meio aos desafios da inflação, pressão sobre os custos, bem como a postergação de algumas reformas estruturais importantes para a melhoria do ambiente de negócios, como a tributária e a administrativa.

Em meio aos impactos conjunturais e estruturais da macroeconomia, uma das maiores preocupações é a continuação da pressão sobre os custos das empresas. O algodão, por exemplo, neste início de ano, já subiu mais de 10% e os preços futuros para março indicam novas altas. “Com os preços como estão, a indústria têxtil internacional e a nacional ficam sob risco”, disse Pimentel.

O presidente da Abit  também destaca, a necessidade de seguirmos com a agenda de reformas para que haja a redução do custo Brasil, o qual reduz a competitividade mundial da indústria brasileira. No entanto, mesmo com essas adversidades, o setor trabalha de maneira firme e planejada suas estratégias para manter seu crescimento com ganhos de produtividade e com forte ênfase nas agendas de sustentabilidade, inovação, tecnologia, investimentos e geração de postos de trabalho de qualidade.

25 de janeiro de 2022