Maioria dos brasileiros gostaria que escolas e empresas intensificassem programas de saúde mental e bem-estar

Realidade, porém, indica que somente 19% das escolas mencionadas pelos pais possui estes recursos gratuitos aos alunos

Ainda que o nível de desemprego e a instabilidade econômica mundial continuem a preocupar a população, uma nova pesquisa realizada pela Pearson — maior empresa de aprendizagem do mundo – mostra que as prioridades das pessoas no ambiente de trabalho e nas escolas de seus filhos incluem introduzir e implementar mais os temas referentes à saúde mental e bem-estar.

A Global Learner Survey ouviu mais de cinco mil pessoas adultas de cinco países (Brasil, China, Índia, Reino Unido e Estados Unidos) e detectou que, globalmente, 85% delas esperam que as empresas abordem com mais frequência os temas de saúde mental e bem-estar dentro do ambiente de trabalho. Esse mesmo percentual se repete no Brasil. Apesar da esperança, no país, 62% dos entrevistados afirmaram que seus empregadores não tomam quaisquer iniciativas neste sentido.

A maioria dos entrevistados afirmou que os serviços de saúde mental acessíveis nas escolas de seus filhos são críticos: No Brasil, 96% dos pais gostariam que as escolas fornecessem serviços de saúde mental gratuito aos estudantes, porém somente 19% das escolas mencionadas pelos pais possuem este recurso. Globalmente, os índices ficam em 92% e 26%, respectivamente.

Quando o assunto é o ambiente acadêmico, as expectativas das escolas e universidades também são elevadas: 67% dos brasileiros acreditam que as crianças deveriam ser introduzidas a programas e recursos de bem-estar e saúde mental nos primeiros anos de vida escolar. Os brasileiros acreditam que as escolas deveriam desempenhar um papel mais importante na formação de pessoas para resolver as atuais questões: para 93% isso deveria ser feito, número maior do que o identificado globalmente (90%).

“Após dois anos e meio de pandemia, percebemos que, tanto global quanto nacionalmente, a demanda por cuidados da saúde mental se evidenciou em todos os âmbitos e o educacional não fica de fora. Tendo em vista esse cenário, pais e alunos desejam que temas relacionados ao bem-estar mental e psicológico não somente sejam abordados, mas que estejam em prática nos espaços de aprendizagem desde o início da formação escolar”, comenta Juliano Costa, vice-presidente de Estratégia de Conteúdos na Pearson Latam. Para que isso aconteça de forma satisfatória, as escolas precisam se manter atualizadas para conseguir atender essas novas necessidades, fomentando programas de atendimento e capacitação docente e discente e disponibilizando recursos psicopedagógicos que possibilitem que os seus profissionais e alunos tenham os cuidados necessários com sua saúde mental”, completa.

Outras conclusões da pesquisa: brasileiro mais atento a questões de bem-estar

Mesmo com o cenário empregatício instável, os candidatos a empregos no Brasil estão mais propícios a darem prioridade às empresas que fomentam o cuidado à saúde mental quando avaliam potenciais novas oportunidades: 93% dos entrevistados declararam que pensam mais nas empresas que abordam ativamente a saúde mental e bem-estar dos empregados e 92% concordam que os benefícios de saúde mental e bem-estar são partes importantes na tomada de decisão sobre se devem ou não procurar um novo emprego. Globalmente, esses índices são de 90% e 86%, respectivamente.

Mais de 94% dos pais brasileiros consideram os serviços de bem-estar como elementos importantes quando decidem pela instituição de ensino superior que irão se matricular, ou matricular seus filhos. Número superior ao registrado globalmente (90%). Além de levarem em consideração estes temas, 93% dos pais brasileiros dizem estar inclinados a escolherem universidades, para si mesmos, ou para seus filhos, que se preocupam com a saúde mental dos seus alunos. Na pesquisa mundial, esse índice é de 90%.

Sobre Global Learner Survey

A pesquisa foi realizada pela Morning Consult, entre os dias 13 e 18 de abril, com uma amostra total de 5.008 entrevistados, entre 16 e 70 anos, nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Índia e China. As entrevistas foram realizadas de forma online. Os resultados são representativos com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Este é o quarto ano em que a Pearson realiza a pesquisa global, que é a principal sondagem sobre educação no mundo e visa oferecer uma compreensão mais profunda das tendências na educação, fornecendo dados-chaves para ajudar a aprofundar as discussões sobre muitas questões importantes.