Representantes da indústria farmacêutica indiana participam de evento em São Paulo

O Conselho de Promoção de Exportação de Produtos Farmacêuticos da Índia (Pharmexcil), funcionando sob o Ministério do Comércio e Indústria, o Governo da Índia em associação com a Embaixada da Índia no Brasil está gerenciando uma delegação empresarial representando cerca de 50 empresas da indústria farmacêutica indiana.

A delegação liderada pelo Sr.Udaya Bhaskar, Diretor Geral do Pharmexcil visa propagar a qualidade dos produtos farmacêuticos indianos e impressionar as autoridades governamentais e as partes interessadas empresariais do Brasil sobre a força da indústria farmacêutica indiana. A delegação inclui fabricantes de Formulações de Dosagem Acabada (FDFs), Biológicos, Ingredientes Farmacêuticos Ativos (APIs), Serviços de Contrato e Medicamentos Alternativos. Além de buscar oportunidades de exportação, as empresas indianas também esperam oportunidades de investimento para manufatura, joint ventures e colaborações com partes interessadas brasileiras. Além disso, as oportunidades de fabricação por contrato, ensaios clínicos etc. oferecem muitas oportunidades para empresas estrangeiras na Índia.

A conferência e as reuniões de negócios ocorrerão nos dias 11 e 12 de agosto de 2022 no Hotel Transamerica Berrini, São Paulo, com o apoio da Câmara de Comércio Índia-Brasil (IBCC). A Embaixada da Índia convidou funcionários do Ministério da Saúde e o Sr. Antonio Barra Torres, Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência Federal de Compras de Medicamentos e outros altos funcionários do Governo para a conferência. Além disso, a delegação indiana terá reuniões de negócios com os membros da ABIQUIFI (Associação Brasileira da Indústria de Ingredientes Farmacêuticos Ativos) e demais stakeholders da indústria farmacêutica brasileira durante os dois dias de evento.

Pontos fortes da indústria farmacêutica indiana:

  • Devido à sua capacidade de fornecer medicamentos eficazes e de qualidade a preços acessíveis, a Índia é reconhecida mundialmente como a “Farmácia do Mundo’ e exporta medicamentos para mais de 200 países.
  • A indústria farmacêutica indiana ganhou força ao integrar toda a cadeia de produção desde as APIs até as formas de dosagem final (genéricos, biológicos e vacinas) e sua indústria farmacêutica é avaliada em cerca de US$ 49 bilhões.
  • A Índia abriga o maior número de instalações aprovadas pelo USFDA fora dos EUA e tem 30% de suas exportações atendendo aos EUA e quase 55% de suas exportações totais são para mercados regulamentados.
  • A Índia tem oito de seus fabricantes de medicamentos Genéricos entre os 25 maiores fabricantes globais. A maioria deles tem suas instalações fabris no Brasil.
  • A Índia emergiu como grande potência para a fabricação de vacinas com as maiores capacidades de produção e atende a 65% de seus requisitos essenciais de vacinas de imunização da OMS e a região Latino Americana e Caribe, é uma das principais beneficiárias das vacinas indianas mesmo antes da pandemia.
  • A pandemia abriu uma nova porta de entrada para as vacinas Covid feitas na Índia Viz Covishiled & Covaxin etc

Exportações farmacêuticas indianas para a América Latina e Caribe:
A América Latina é o mercado emergente para produtos farmacêuticos indianos com uma participação de 7% (1,7 bilhão de dólares) em suas exportações totais de 24,6 bilhões de dólares durante o ano fiscal 2021-22. O Brasil é o maior parceiro comercial do setor na região da América Latina e é o 6º maior destino de exportação durante o ano fiscal 2021-22, com um valor de exportação de US$580,8 milhões de dólares com 11% de crescimento.

Relações Índia e Brasil em Produtos Farmacêuticos:
O acesso a terapias que salvam vidas tem sido dificultado há muito tempo em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos pela rigorosa lei de produtos industrializados e pelo alto custo dos produtos farmacêuticos não apenas no período de pandemia, mas também durante o período pré-pandemia. A conscientização de medicamentos de marca, mais caros para a saúde, está sendo desafiada por países como Brasil e Índia. Em resposta às dificuldades compartilhadas, Índia e Brasil já começaram a trabalhar juntos no setor de saúde.

O Brasil promoveu o licenciamento compulsório do medicamento Efavirenz, usado no tratamento do HIV/AIDS em 2006. Na época, o governo brasileiro contava com a importação de medicamentos não patenteados fabricados por três empresas indianas. Isso resultou em uma economia de cerca de USD$30 milhões de dólares americanos em 2007. Assim como a Índia, o Brasil defende o direito ao uso de todas as flexibilidades previstas na Declaração de Doha sobre TRIPS e Saúde Pública.

Também vale destacar o fato de que quatro em cada cinco medicamentos antirretrovirais que o Brasil compra por meio do Fundo Estratégico da OPAS – Organização Pan Americana de Saúde vêm da Índia. Cerca de 30% de todos os APIs utilizados pela indústria farmacêutica brasileira vem da Índia.
Neste momento de emergência de saúde pública de importância internacional, a relação entre os setores de saúde de ambos os países é cada vez mais importante. A indústria farmacêutica indiana apresentou-se como uma possível solução para problemas específicos enfrentados pelo Brasil. Por exemplo, logo no início da pandemia o governo indiano generosamente ofereceu cloroquina para o tratamento da COVID-19, depois em meio à escassez de sedativos, o mercado indiano forneceu esses medicamentos através da OPAS e, mais importante, o fornecimento da vacina COVID-19 ao Brasil pelo governo da Índia sob a Vacina Maitri. Por essas e outras razões, fortalecer a parceria entre Brasil e Índia é um tema de grande importância.

A relação Brasil-Índia na área da saúde não se limita, porém, aos medicamentos genéricos. Também engloba APIs e medicina tradicional.

Brasil e Índia têm um caminho de cooperação muito promissor a seguir.

11 de agosto de 2022