Vendas de imóveis usados caem 13% e locação cresce 202% no ABC 

70,59% dos compradores optou por apartamentos e 56% das locações tem aluguel mensal até R$ 1.250,00  

     O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) divulgou os dados da pesquisa que mostra  o atual cenário de vendas e locações no ABC.  A apuração ocorreu com 97 imobiliárias e corretores da região.

Segundo o conselho, as vendas de imóveis usados em seis cidades do ABC caíram 13,37% e a locação de casas e apartamentos cresceu 202,27% em Janeiro (frente a Dezembro). Foram vendidos cerca de 70,59% apartamentos, número superior a vendas de casas que foi de 29,41%, ambos enquadrados majoritariamente nas faixas de preços de até R$ 300 mil que constam 61,54% do total. Mas, no mercado de locação, a preferência se inverte, tendo o predomínio das casas com 64,29%, sobre os apartamentos com 35,71%. Além disso, 56% dos novos contratos estipulando aluguel mensal de até R$ 1.250,00.   

        O presidente da  CreciSP,  José Augusto Viana Neto, relata que a queda nas vendas se explica por vários motivos, entre eles a alta dos juros que encareceu as prestações. “Outros pontos como a persistência do desemprego, a perda de poder aquisitivo e o endividamento das famílias, que foi recorde em Fevereiro, também influenciaram o cenário”, afirma.

O presidente ao falar sobre o recorde da famílias endividadas, se refere a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que mostra um crescimento de Janeiro (76,1%) em relação a  Fevereiro ( 76,6%) sobre os grupos familaires que estão com dívidas, sendo esse o pior número da  história da pesquisa iniciada em 2010. “Endividamento nessas proporções é um limitador intransponível para milhares de pessoas transformarem o sonho da casa própria em realidade, mesmo que haja oferta de crédito”, enfatiza Viana Neto. E o presidente ainda completa: “O aluguel é o que resta para quem não consegue comprar devido às restrições mencionadas, o que faz aumentar a demanda em um mês, Janeiro, em que ela costuma crescer por motivos como a troca de cidade, de bairro, de residência maior por menor ou vice-versa”, pondera.

 Tipos de perfis de compra

         A pesquisa CreciSP apurou que a venda de 86,11% dos imóveis em Janeiro se deu por meio de financiamento bancário, 8,33% com pagamento à vista e 5,56% com parcelas combinadas diretamente com os proprietários.

         As casas e apartamentos vendidos se dividem em: 52,73% em bairros periféricos, 27,27% em áreas nobres e 20% nas regiões centrais das cidades do ABC. Os imóveis de são 57,14% de padrão construtivo standard, 30,95%  de padrão médio e 11,90% de padrão de luxo.

As 97 fontes consultadas informaram que as casas mais procuradas são as com dois e três dormitórios, ambas com 40% e as com quatro com 20%. Outro tópico que também influencia é a área útil variável, tendo a metragem de 201 a 300 metros quadrados como destaque. As exigência sobre as vagas de garagem prevalecem.

Os apartamentos mais vendidos foram os de dois dormitórios com 81,25%, seguidos pelos de três com 12,5%) e pelos de um quarto com 6,25%. A área útil desses imóveis varia de 51 a 100 metros quadrados (56,25%), de 101 a 200 m2 (6,25%) e até 50 m2 (37,50%). Todos eles têm apenas uma vaga de garagem.

Em relação as locações,  Além da concentração, em Janeiro, da faixa de preço de até R$ 1.250,00 nas cidades do ABC (56% do total), outro traço comum entre elas foi o do número de dormitórios de casas e apartamentos. Casas com dois dormitórios apresentam 60% da procura, percentual esse que em apartamentos sobe para 80%.       

9 de março de 2022